De fábrica.

Senti-me enterrando aquilo tudo,grão de areia por grão de areia. Aquele buraco em mim - aquele que eu tenho no meio do peito,que comprime minhas costelas e coração - nunca pareceu tão adequado. Ele não era a ausência de um coração,e sim a repressão naquele gigante que eu tenho.
Nasci com defeito.
E nele,está a metáfora de esmagar-me. Vitimizar-me. Porque,no fim das contas,creio que eu nunca fui vítima. Aquela que aceita também deve ser culpada. Massacrada. Isolada.
Mas eu não o fui. Eu tive aquele afago,aquele carinho daquele que eu admirei,mas quem eu nunca esperei. E eu o apreciei. Tomei-o pra mim. E ele veio e fez-se meu. Eu podia guardá-lo numa caixinha e chamá-lo de meu.Meu,meu,meu.Podia cantar isso por horas,e horas,e horas,e horas. Nunca fechei a caixinha. Tinha medo que ele fechasse a minha também.
Mas eu dançava sozinha.
Ele sabia do meu buraco,meu vácuo. E lamentava-se por amar alguém que não tinha coração.
Foi quando ele decidiu ir embora. Uma dor estonteante afogou-me. Meu coração palpitava,amando. Ele existia. Ele o queria. Ele sangrava de tanta lágrima que chorava.
Ele não podia ir embora,ele não podia.
E ele ficou...Sorriu-me...Ele me amava.Ele me ama.
Ele me ama.

Meu coração cresceu a tal tamanho que hoje quando palpita,minhas costelas doem.Mas creio eu,que a dor pra mim é sentença.Eu nasci com defeito.É que meu coração não sabe bater direito...

2 comentários:

Bledsoe disse...

ó eu imaginando uma cena de novo, rs :^^

li duas vezes o texto, pra poder tomar pra mim o que descreves tão bem..

beeijo :*

Hiran A. disse...

Desculpe ser meio xereta, mas cheguei aqui em teu blog e gostei bastante do que vi, principalmente esse post, já que por boa parte dele vc simplesmente me tirou as palavras o.0!Pelo visto, tb n andas tendo mt tempo pra atualizar...dia 22 de fev ^^'
Enfim, se quiser dar uma conferida em um pouco do que escrevo, entre em

www.definetelyperhaps.blogspot.com

E n ligue pelo pouco material, já perdi 2 blogs por causa do blogger e tb por outras coisinhas mais ^^'